Novamente nesta semana Pirajuí recebeu a visita do arquiteto Nelson Ribeiro Machado, da Prefeitura Municipal de Campinas para levantar dados a respeito de seus antepassados em diversos cartórios e divisões da Prefeitura Municipal e de também do Acervo Permanente do Legislativo Pirajuiense.
Nelson foi recebido mais uma vez na Câmara Municipal pelo vereador Vandão Grejo em função dele, em sua recente gestão como presidente da Câmara, ter tido a sensibilidade de empreender um trabalho bastante importante que é o da estabilização do que ainda resta de antigos documentos do legislativo desde a fundação de Pirajuí, trabalho este que se deu através de contratação temporária da historiadora e técnica em conservação, Rejane Maria Martins Busch (cuja especialização foi realizada no Centro Nacional de Conservação Preventiva em Clima Tropical na cidade de Havana, em Cuba, com o atual diretor do Museu Nacional de Havana, professor doutor Raúl Garcia Rodriguez e Zoila Quadras - então diretora do CENCREN/UNESCO).
Vale lembrar aqui que o acervo encontra-se, no momento, apenas estabilizado e que o mesmo necessita ainda de alguns cuidados técnicos especiais tais como sistematização e digitalização dos principais documentos (trabalho este que no momento esta ainda não está devidamente definido de como será realizado e por quem, pois o mesmo necessitará ainda de pessoal qualificado para a sua execução), para concluir-se definitivamente o processo de conservação preventiva iniciado na gestão do Vereador Vanderlei Ferreira Grejo.
Desta forma, portanto, Nelson Ribeiro Machado veio em busca destas informações a respeito de seus familiares e entrou em contato para acertar e aferir algumas informações com o jornalista Cássio Cardozo de Mello, pois o mesmo havia publicado em seu blog, uma foto do ano de 1905 da família de Joaquim dos Santos retratando a família deste que foi o primeiro morador da Vila e atual Distrito da Corredeira - que lá se estabelecera por volta do ano de 1900, proveniente da região de Amparo, na Bocaina, e adquirira uma grande extensão de terras na região do Rio Feio que foi denominada Fazenda São Sebastião.
Joaquim dos Santos foi o primeiro desbravador daquela região e recebeu, em suas terras, em 1905, os membros da Expedição da Comissão Geográfica e Geológica do Estado chefiada por Olavo Hummel que haviam sido designados a procederem a um extenso levantamento da zona do extremo Oeste Paulista, compreendida a época entre os Rios Parapanema, Paraná e Tietê e apenas figuravam nos mapas como terrenos desconhecidos ou terras devolutas.
O ponto de partida de Nelson Ribeiro Machado em suas pesquisas
Como ponto de partida nestas pesquisas de sua família, Nelson partiu de um pequeno livro de tiragem bem restrita e que foi escrito por Felícia Alves dos Santos em 1977, intitulado “O Mundo Restrito de Dona Fé” que era neta do primeiro morador da Vila de Corredeira e filha de Felício Campos Alves e de uma das filhas de Joaquim dos Santos, a Francisca dos Santos, bisavó de Nelson.
Em 31 de julho de 1906 o pai de Felícia Alves dos Santos, Felício, veio a falecer juntamente com um seu cunhado Joaquim Cesário dos Santos, vítima de um ataque dos índios Kaingang, habitantes naturais de toda esta vasta região, e que estavam se portando de maneira bastante hostil em função dos trabalhos de penetração da Expedição da Comissão Geográfica e Geológica na exploração do Rio Feio, que corta toda aquela região até desaguar no Rio Paraná.
No ano anterior, precisamente no dia 18 de junho de 1905, distante a mais ou menos um quilometro da sede da fazenda, uma turma da referida expedição foi atacada pelos Caingang onde ficou assim ferido o chefe da mesma, o Engenheiro Olavo Hummel, provocando assim um grande pânico nos trabalhadores e uma grande correria, o que veio a dar o nome a vila de Vila da Corredeira.
De acordo com o livro de Felícia, foi construída assim uma capelinha em louvor a São Sebastião, situada ao lado da Casa Grande onde foram enterrados o genro e o filho de Joaquim dos Santos e posteriormente o próprio fazendeiro que veio a falecer anos mais tarde em função de amarguras pela perda dos entes queridos.
Desta forma, a convite do vereador Vandão, que é filho do Distrito de Corredeira, o visitante Nelson Ribeiro Machado, em sua primeira visita, pode, juntamente Cássio M. Cardozo de Mello Filho e com o Vereador Vanderlei Ferreira Grejo, c onhecer o atual Distrito da Corredeira onde pode conversar com um antigo morador do local e que vive em uma casa situada bem atrás da Igreja de São Benedito e que guarda certa semelhança com a casa do então J oaquim dos Santos, retratada em um foto feita pelo fotografo da Expedição do Rio Feio, da Comissão Geográfica.
Nelson ainda durante a visita foi levado ao alto de um morro onde pode visualizar os restos de uma pequena capela abandonado há muitos anos que ele acredita ser o local da chacina dos dois trabalhadores pelos índios Kaingang conforme relatado também em capitulo do livro “Sertões da Noroeste” e no livreto de Felícia Alves dos Santos, sua tia avó.
A VINDA A PIRAJUÍ EM BUSCA DE MAIORES INFORMAÇÕES SOBRE SEUS ANTEPASSADOS
Nelson Ribeiro Machado nos conta que “Na impossibilidade de dominar incontido desejo de tomar contato com dados mais precisos sobre estas gerações de parentescos que pelas terras da Noroeste Paulista fincou raízes e criaram seus descendentes, parti para a cidade de Pirajuí a busca de documentos em cartórios, igrejas, cemitérios, órgãos públicos, e da memória viva de algum de seus atuais habitantes que porventura ainda estivessem de posse de sua plena lucidez, apesar da idade avançada que certamente eu os iria encontrar” e finaliza dizendo “Entre as minhas expectativas estava um encontro com Cássio Cururu, uma pessoa que só conhecia pelo nome, mas que certamente poderia contribuir muito nesta minha empreitada.
Finalizando Nelson nos conta que “Após me instalar estrategicamente no hotel Pirajuí e ter percorrido os três cartórios do município, dirigi-me a uma biblioteca pública aonde através do contato com Rose Sinhorini, que vim saber posteriormente se tratar da atual Secretária Municipal de Cultura, recebi o convite de me dirigir a Câmara Municipal, pois o vereador Wanderley Ferreira Grejo lá me aguardava.
Nenhum comentário:
Postar um comentário