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domingo, 31 de outubro de 2010

E isto, será um avanço mesmo?

BR – ‘Votar em Dilma é votar em Roseana’, proclama Sarney

por ricardochapola

Seção: Eleições BR

31.outubro.2010 16:12:17

Wilson Lima, de São Luis

Sob o título “Domingo, bom Dilma”, a coluna semanal do presidente do senado, José Sarney (PMDB), publicada hoje pela manhã no jornal O Estado do Maranhão, pediu votos à presidenciável Dilma Rousseff (PT), teceu elogios à petista e críticas à campanha de José Serra (PSDB).

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Foto: Dida Sampaio/AE - 03.08.2010

Sarney conclamou o voto dos eleitores maranhenses afirmando que “votar em Dilma é votar em Roseana. Duas mulheres competentes, capazes que irão juntas fazer um governo de inovações e progresso”. “Lula, o operário, fez um grande governo, incorporou o povo nos dividendos do desenvolvimento, mudou a sociedade brasileira e Dilma vai continuar esse trabalho, olhando para nossa região e para o nosso povo. Amiga de Roseana, trabalhando junto com ela como líder do governo no Congresso, abre-se um grande momento para o Maranhão”, projetou o presidente do Senado.

Em seu texto dominical, Sarney criticou José Serra, alegando que ele não tem conhecimento dos problemas nacionais e que a vitória do tucano seria o retorno da “falta de perspectivas que tínhamos antes do governo Lula”. “Dilma deu um banho de conhecimento, mostrou que conhecia muito mais os problemas nacionais, que tinha uma visão de Brasil mais completa e que a proclamada competência do Serra não passava do Restaurante Fasano, dos granfinos da plutocracia paulista”, alfinetou o presidente do Senado.

O presidente do Senado ainda complementou. “Seus primeiros programas (eleitorais de José Serra) eram como se fossem para a reeleição ao governo de São Paulo, tal era o enfoque exclusivo que dava às obras que tinha executado em seu estado. Era assim, sem direito a contestação, mesmo que sua candidatura fosse à presidência do Brasil e não ao governo da “Pauliceia Devairada” do nosso Mário de Andrade”

As recentes declarações de José Serra sobre os projetos de construção de refinarias no Nordeste da Petrobrás também foram alvo de críticas de José Sarney. Em debates, o tucano declarou que as refinarias que a estatal planeja construir no nordeste, entre as quais uma no Maranhão, ainda não saíram do papel. “Em relação ao Maranhão, não só defendeu a tese de que não se devia fazer refinarias no Nordeste, como afirmou que a do Maranhão não saiu do papel, desconhecendo que a área já foi desmatada, já possui a autorização ambiental, já foi aberta a concorrência para a terraplanagem“, declarou Sarney.

José Sarney pontuou em sua coluna que as eleições de hoje são “excepcionais na história do Brasil”. “Pela primeira vez temos uma mulher concorrendo competitivamente à presidência da República. Esse fato que pode parecer normal, sem conotação maior, constitui, no entanto, um avanço da ascensão política da mulher, vitimada pela discriminação e pela desigualdade em relação ao homem, que até hoje marcam a história da humanidade”, destacou.

Citando os mais de 100 anos da história republicana, Sarney exaltou o fato do presidente Lula ter escolhido Dilma Rousseff como sua sucessora. “Ninguém pense que Lula indicou Dilma por indicar um correligionário, mas o fez sabendo que estava praticando um ato histórico habilitando uma mulher a comandar o país”, disse. “Não o fez somente por ser mulher, mas para mostrar a competência das mulheres, seus predicados de inteligência, de talento e de qualificação”‘, ressaltou o pemedebista.

No Maranhão, a governadora Roseana Sarney (PMDB) é a principal cabo eleitoral de Dilma Rousseff. Tanto que até “emprestou” a marchinha adotada na sua campanha ao governo do Estado, “O Arrastão do 15″, para a campanha da petista. Quando votou neste domingo em São Luís, Roseana declarou que pretendia comemorar a vitória de Dilma em Brasília, caso a petista vencesse o segundo turno.

do Site de “O Estado”

Será que isto será uma tendência no dia de hoje?

BR – Plínio votou nulo, diz assessoria do PSOL

por Bruno Siffredi

Seção: Eleições BR

31.outubro.2010 15:41:42

estadão.com.br

Plínio de Arruda Sampaio, candidato derrotado à Presidência pelo PSOL, anulou seu voto, na manhã deste domingo, 31. O fundador do PT votou no Colégio Santa Cruz, no Alto de Pinheiros, na zona sul da capital paulista, ao lado da família. A informação é de sua assessoria de imprensa.

No ultimo dia 15, a Executiva Nacional do PSOL recomendou aos seus eleitores a anulação de seus votos ou a escolha “crítica” por Dilma Rousseff, do PT. O partido, formado em boa parte por ex-petistas, considerou um “retrocesso” uma eventual vitória de José Serra, candidato do PSDB.

Deste modo, Arruda respeita a decisão majoritária de seu partido, de 13 votos a 2, optando pela anulação. O ex-candidato entende que desrespeitaria seus eleitores caso votasse em Dilma. No primeiro turno, ele recebeu 0,87% das intenções de votos.

 

Site de “O Estado”

Registrando para ser cobrado depois…

BR – ‘Serra sai menor desta eleição’, diz Lula após votar em São Bernardo do Campo

por Bruno Siffredi

Seção: Eleições BR

31.outubro.2010 10:22:30

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Rodrigo Alvares

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste domingo, 31, após votar em São Bernardo do Campo, na grande São Paulo, que o candidato tucano à Presidência, José Serra, “sai menor desta eleição” e descartou participar de um eventual governo Dilma. “O Serra sai menor dessa eleição. A virulência do Serra em relação à companheira Dilma foi uma coisa inimaginável”, disse Lula, que votou pela manhã em uma escola de São Bernardo do Campo. Diferente da votação em 3 de outubro, Lula estava de bom humor e esbanjou otimismo quanto à eleição de sua ex-ministra.

Ele só aparentou irritação quando questionado sobre os ataques feitos de parte a parte pelos dois candidatos durante a campanha: “Não fale de parte a parte”, disse ao interromper o repórter. “Essa campanha foi muito mais violenta de uma parte para outra. Eu, sinceramente, acho que o candidato Serra sai menor dessa campanha. Porque a agressividade deles à companheira Dilma Rousseff é uma coisa que eu imaginava que já tivesse terminado na política brasileira”.

Questionado sobre sua participação em um eventual governo encabeçado pela presidenciável petista Dilma Rousseff, Lula foi taxativo: Não existe nenhuma possibilidade de um ex-presidente participar do governo do futuro presidente. Ou seja. Todo mundo sabe o que eu penso. A Dilma eleita, ela precisa construir um governo que seja a cara dela, o jeito dela, tem de ter pessoas em quem ela confie. Pessoas que ela possa colocar e que ela possa tirar. Como ex-presidente, eu só posso torcer para que a Dilma faça mais do que fiz”.

Lula também descartou voltar a se candidatar à Presidência em 2014. “Não cogito concorrer de novo, a Dilma vai tomar posse dia 1º de janeiro e eu não vou estar lá”, declarou. “Eu tenho certeza que ela vai fazer um  grande governo neste País. Nós temos praticamente todas as coisas de infra-estrutura mais ou menos delineadas no PAC 2, com a Olimpíada, a Copa do Mundo. Então, ela vai ter que pensar em coisas novas que vai querer fazer e dar sequência nas coisas de infra-estrutura neste País”.

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“Quando eu entrei no governo, eu sabia que ia sair. O importante é isso, que você tem dia para entrar e tem dia para sair. Eu tô saindo confortável”, disse Lula. Foto: Hélvio Romero/AE

O presidente disse que vai viajar pelo Brasil após deixar o Palácio do Planalto e afirmou ter “muita coisa pra fazer pelo Brasil”. “Eu tenho interesse de fazer com que as experiências bem-sucedidas no Brasil – especialmente na área social – seja socializada com países africanos, seja com países latino-americanos, nós ainda temos de construir uma solidez forte na América Latina. A integração ainda não é total”.

Caso Tiririca

Lula comentou de Tiririca – deputado federal eleito no Estado de S.Paulo com 1,3 milhoes de votos e que deve fazer um teste para provar que não é analfabeto: “Acho uma cretinice o que estão tentando fazer com ele. É desrespeitando 1,5 milhão de pessoas que votaram nele. Então, que não deixassem ele ser candidato”. Questionado se Tiririca deveria fazer a prova, o presidente declarou que: “Quem tá pedindo para ele fazer prova é que devia fazer”.

Site de “O Estado”

Rio Batalha

Como parte integrante do Comitê Gestor da Área de Proteção Ambiental (APA) Batalha-Tietê, o Instituto Sócioambiental da Noroeste Paulista (ISANOP) está percorrendo os rios que desaguam no Tietê na área entre as cidades de Pirajuí e Reginópolis. O estudo servirá de subsídios para o próprio comitê gestor que está elaborando um plano de manejo para toda a área de abrangência da chamada APA Batalha-Tietê.

O que mais nos chamou atenção neste levantamento, foi a precariedade em que se encontram as matas ciliares e os danos ambientais como queimadas nas margens dos rios e a presença de gado pastando livremente nas margens já fragilizadas dos córregos. Este levantamento preliminar foram feitos por mim (Rejane Busch) e pelo jornalista Cassio M Cardozo de Mello Filho em 30 de Outubro de 2010.

1. Rio Dourado (fotografado na Rodovia Hilário Spuri)

 

2. Rio Batalha na área urbana da cidade de Reginópolis – entrada da cidade)

3. Córrego Água da Rosa (n.1) , a mata ciliar se resume apenas as margens  do rio conforme o demonstrado na foto ao lado.

Pesquisas APA Batalha_62 Córrego Bengala 05

4. Córrego da Bengala (KM 22 da Rodovia Reginópolis – Avaí): sem mata ciliar e com animais pastando em ambas as margens

 

Pesquisas APA Batalha_65 Córrego Bengala 08

O mesmo Córrego – aspecto do assoreamento e erosão do solo

Pesquisas APA Batalha_98

5. Queimada na mata ciliar do Rio Batalha (Rodovia Reginópolis Avaí Km 11)

Pesquisas APA Batalha_104

6. o mesmo

Pesquisas APA Batalha_116

7. Rio Batalha Km 11 da Rodovia Reginópolis – Avaí

 

Pesquisas APA Batalha_126

8. O mesmo

Pesquisas APA Batalha_144

9. Ponte sobre Córrego Fundo na entrada do Distrito de Nogueira

Blog do Goldman: Minha entrevista à TV Estadão

Blog do Goldman: Minha entrevista à TV Estadão: "É raro termos a oportunidade de participar de uma entrevista realmente ampla, com tempo para falar de vários assuntos do momento de forma ab..."

sábado, 30 de outubro de 2010

Repassando para reflexão…

Conversa vai, conversa vem

-- Você tem certeza mesmo de que não quer falar sobre a campanha? Você só tem essa semana, depois ela acaba, e aí adiós...

-- Tenho. Absoluta. O que antes já estava ruim, agora ficou pior.

-- Também não é assim. Toda campanha política tem pelo menos alguma coisa positiva. O próprio fato de estar sendo realizada, por exemplo.

-- Isso não é argumento! Não gosto nem de pensar na alternativa. O Brasil já ultrapassou esse estágio. Nós somos uma democracia, ou talvez seja o caso de dizer ainda somos uma democracia, apesar de todos os pesares. Uma das coisas que mais detesto nessa atual campanha é, justamente, a sua feição pouco democrática. A presidência é um cargo sério, o presidente de um país é o presidente de todos os brasileiros, mesmo daqueles que não simpatizam com as suas idéias ou com a sua candidata. Quando faz papel de cabo eleitoral ou de líder de gang não se diminui apenas a si, diminui o cargo que ocupa e, consequentemente, diminui a todos nós.

-- Tá, isso todo mundo já disse e já sabe.

-- Não é verdade. Dá uma olhada no Twitter ou no Facebook. A quantidade de gente que acha normalíssimo o comportamento do presidente é de assustar. Também é de assustar a quantidade de gente que até ontem não tinha idéia de quem é a Dilma e que hoje a põe num pedestal, só porque foi ungida pelo “cara”.

-- Pode ser que, com a propaganda política, tenham passado a conhecê-la melhor.

-- Será mesmo? A propaganda política não faz a gente conhecer ninguém melhor. Pelo contrário, faz desconhecer até quem achava que conhecia. Você algum dia imaginou o Serra distribuindo aqueles santinhos dizendo que “Jesus é verdade”?

-- É, aquilo pegou muito mal.

-- Pegou péssimo! Se Jesus é verdade, como fica a verdade dos brasileiros não-cristãos? E, aliás, o que é que um postulante à presidência tem que meter o bedelho nisso? Ele não está disputando a eleição para Papa.

-- É, mas isso também todo mundo sabe.

-- Ah, mas não mesmo! Se todo mundo sabe, como é que os gênios do marketing, esses que estão aí ganhando por uns meses de trabalho mais do que eu e você vamos ganhar juntas a vida inteira, ignoram?

-- Mas a Dilma também anda com mania de falar em Deus e em ir à igreja por qualquer dá cá aquela palha...

-- Estranho menos, porque a Dilma eu não sei quem é. Eu sei quem são os marqueteiros da Dilma, sei como eles pensam e sei como eles mandam ela se comportar, se vestir e se maquiar, mas, sinceramente, não faço a menor idéia de quem seja a Dilma. Tenho minhas dúvidas, aliás, se ela mesma ainda sabe quem é. Ou quem foi.

-- Pois eu, se escrevesse em jornal, falava da eleição numa crônica sim e na outra também.

-- Já não te basta o jornal inteiro batendo nessa tecla? Você não acha que faz parte do processo democrático ter, num mesmo veículo, assunto para todos, mesmo aqueles que não querem saber das eleições? No outro dia mesmo o Joaquim fez uma crônica linda falando sobre o início da primavera. Estava coberto de razão, as campanhas passam e as primaveras ficam.

-- Pois é, agora você disse: as campanhas passam. É isso que eu estava querendo dizer antes, as eleições passam e se você não falar logo sobre isso não vai poder mais falar, porque elas terão passado...

-- Sim, mas felizmente o assunto não é obrigatório. Eu já acreditei em eleição, já curti tanto campanha política que até andava com adesivo no carro.

-- Você nem tem carro.

-- Já tive. Há muitas luas, mas tive.

-- Mudou você ou mudaram as eleições?

-- As duas coisas, provavelmente; mas acho que as eleições mudaram mais. Antes quase todo carro andava com adesivo, as pessoas punham faixa na janela, sacudiam bandeira, usavam camiseta. E não eram esses pobres diabos que ganham uns trocados para ficar parados na esquina. As pessoas acreditavam, de fato, que o resultado das eleições podia mudar alguma coisa.

-- Mas é claro que pode, como não?

-- Estou cada vez mais convencida de que, em Brasília, todos se tornam iguais. E, ultimamente, quando alguma coisa muda de verdade, em geral é para pior. O Congresso sempre foi isso que a gente sabe, mas nunca teve um Tiririca antes. O meu problema com o Tiririca, aliás, não é que ele seja um palhaço. Acho que há palhaços melhores e mais dignos de confiança do que muitos parlamentares. O meu problema com o Tiririca não é a profissão, mas a indigência mental da criatura. E de seus eleitores.

-- Tá, mas essa fase das eleições já passou. Agora é só presidência, outro nível.

-- Outro nível? E o confronto em Campo Grande, aquilo foi coisa de alto nível?

-- Não, aquilo foi baixaria, mas também não foi tão ruim quanto os tucanos disseram, bolinha de papel ou rolo de fita crepe, vai, nada disso é arma letal...

-- Viu só? Até você está caindo nessa! O problema não é o que jogaram; é ter acontecido! Cuspe na cara também não fere, e daí? Pode-se cuspir nos outros só por causa disso? É inaceitável que uma turma saia para fazer a sua festa, a sua passeata, e os adversários venham com tumulto e provocação! Isso é inadmissível num país civilizado. E não adianta dizer que não foi nada, porque até o comércio fechou as portas... Bando de hooligans! Depois vem o Lula mentir em público e falar em militância de paz e amor, e vem o perito falar em “evento bolinha” e “evento rolo de fita”, mas não vi ninguém falar do “evento pedra” que atingiu a repórter da Globo e tirou sangue.

-- Tá bom, tá bom, então esquece as eleições. Domingo elas acabam mesmo.

-- Ufa! Taí o ponto positivo dessa campanha.

por Cora Ronai

(O Globo, Segundo Caderno, 28.10.2010)

http://www.cora.blogspot.com/

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

BLOG DO GOLDMAN

SEXTA-FEIRA, 29 DE OUTUBRO DE 2010

Carta para aqueles que confiam em mim

por Alberto Goldman

Vocês conhecem a minha história. Não faço política por interesse pessoal, nem por qualquer vaidade. Não minto. Não cheguei ao governo de São Paulo buscando o poder, mas nele, ainda que limitado e produto da conjuntura política em São Paulo, que me tornou vice do governador José Serra, procuro honrar meu passado e honrar aquilo que meus pais me ensinaram: a honestidade, a vontade de servir, de dar o que eles não tiveram, mas que o povo brasileiro me possibilitou ser, e que ele, povo, não pode ter. Desde menino me indignou ver a pobreza, a miséria, a injustiça, a discriminação de todo tipo. Ver a abundância de alguns e as carências da maioria.

Enfrentei, por isso, uma ditadura, ajudei a construir a democracia, buscando o desenvolvimento para todos os brasileiros, especialmente para aqueles que dele mais precisam. Exerci mandatos de diversos tipos, sempre honrados, orgulhoso de ver que muitos compreendiam o meu caminho e a minha ação.

Este ano completo 40 anos de atividade política profissional, período em que deixei de lado minha profissão original, minha família e meus amigos, a troco de me sentir útil, cumprindo um destino que me levou a ser o que sou.

Posso, portanto, pedir a você que acredite nas minhas palavras.

Quando das eleições de 2002, entendi que não seria danoso para o país que o PT assumisse responsabilidades maiores, até de presidir a República. Até então ele tinha sido, apesar de um obstáculo a todas as transformações que o país necessitava, um partido de gente honesta, bem intencionada, ainda que de um dogmatismo reacionário, que beirava a insensatez. Durante os quatro anos seguintes convivi no Congresso Nacional, já acompanhando preocupado as transformações que ele sofria, no sentido de passar a colocar o poder  pelo poder como o objetivo maior, passando a usufruir, cada qual pessoalmente, do seu exercício. Foram os líderes petistas perdendo, rapidamente, a sua característica de combatividade pelos interesses do país, transformando a sua ação política em benefício para si próprios. Seu grande líder, Lula, foi a cobertura e o aval para essas mudanças de caráter e de conduta.

Nos quatro anos do segundo mandato, o processo se aprofundou e o apodrecimento da maioria dos líderes do PT ficou patente. Cada um por si, um após outro, foi se vergando às delícias do poder e do dinheiro que o poder lhes propiciava. Mas continuavam, apesar de seus conflitos internos, amalgamados pelos interesses comuns.

Tudo isso vi, vivi, senti, amargurado. Homens e mulheres que tiveram sua história na vida do país, cada vez menos se diferenciavam do que de pior a vida política nacional havia criado.

Agora o clímax, a campanha de 2010. Lula, em função de seu prestígio, auferido em função de sua capacidade própria de falar às massas, de manipulá-las de acordo com os seus interesses próprios, de sua surpreendente transformação em um comandante que críticos e críticas não conseguiram sensibilizar, navegando em um período de crescimento econômico possibilitado por uma conjuntura internacional altamente favorável, decide lançar, com todos seus companheiros atendidos nas benesses do poder, a figura de Dilma Roussef, tirada ninguém sabe donde, para presidir o Brasil.

Surpreendido com um resultado no primeiro turno, que não esperava, lançou-se mais ainda do que antes, à tarefa de comandar a campanha usando, sem quaisquer escrúpulos, o prestígio que adquiriu. Com ele, todas as mentiras viram verdade aos olhos do povo.

Sua administração é medíocre. Projetos de infra-estrutura não saem do papel: rodovias, ferrovias, aeroportos, portos, banda larga, produção de energia elétrica. No campo social, o que resta além das UPAs (cópia fajuta das AMAs e das AMEs), das escolas técnicas, que foram concebidas depois que viram o resultado das nossas em São Paulo, mas que ainda gatinham pelo país? Algum combate efetivo ao contrabando de armas e de drogas? Alguém seria capaz de citar algum projeto do governo, para a melhoria da vida do povo, de alguma importância que tenha se concretizado? Fora seus discursos, cheios de parábolas vazias, algo mais consistente?

Absorveu os projetos do governo anterior mudando apenas seus nomes (bolsa-escola virou bolsa-família, luz no campo virou luz para todos), manteve as políticas econômicas anteriores (a maior de suas virtudes), impressionou líderes mundiais, menos pelas suas ações objetivas do que por sua figura de líder que, vindo das camadas mais pobres, tinha conseguido a paz social, tão  almejada pelas elites mundiais - não importa que tivesse sido pelo amortecimento e cooptação corruptora dos movimentos sociais, inclusive dos sindicatos de trabalhadores.

A insistência da campanha de Dilma, acusando o governo anterior e o candidato Serra de tentarem privatizar a Petrobras, questão nunca tratada, mesmo por que ninguém teria a insensatez de eliminar um monopólio estatal e criar um monopólio privado, que seria mais poderoso que o próprio Estado brasileiro, é uma das maiores e mais graves mentiras da publicidade eleitoral, levando o povo a acreditar que toda a privatização (apesar de eles a terem usado em diversos casos) tenha sido um processo de corrupção para beneficiar empresas estrangeiras.

E a privatização do setor siderúrgico, que nas mãos do Estado produzia imensos rombos nas finanças públicas? E a Vale do Rio Doce, empresa que só se desenvolveu criando milhares de empregos, gerando divisas para o país, aumentando em dezenas de vezes a sua produção nas mãos de setores privado, produzindo impostos para serem utilizados para o desenvolvimento de várias áreas da ação do Estado, ali onde ele é insubstituível? E o setor de telefonia que, se ainda estatal, nos estaria mantendo na pré-história das comunicações?

Na verdade, é no governo atual que os grandes grupos econômicos, nacionais e estrangeiros mais obtiveram lucros, mais se consolidaram, mais passaram a dominar a economia nacional.

E o pré-sal que nos acusam de querermos privatizar quando sabemos que sua descoberta se deu em função do modelo ainda em vigor, que o atual governo quer modificar, mas ainda não o fez.

O que dizer do aparelhamento do Estado nacional, a entrega à gente desqualificada e despreparada das funções mais importantes de direção e controle das atividades econômicas?

E que fique claro: na hipótese da vitória de Dilma, podemos esperar graves crises políticas já que as forças que estão ao seu redor, totalmente alheias aos interesses da Nação, inclusive as petistas, saltarão sobre o poder com uma voracidade ainda maior do que hoje já fazem.

Apoio Serra, não por ter sido seu vice, muito menos por ser do seu partido. Para mim isso não é tão importante. Apoio Serra por que o conheço pelo seu compromisso, histórico, com a melhoria das condições de vida do povo brasileiro, presente desde os bancos escolares. Pela sua vida limpa, pelo seu perfil de realizador, pela sua obstinação em construir um país melhor, mais justo, pela sua sensibilidade em relação aos mais humildes, aos mais necessitados. A sua ação em São Paulo como prefeito e como governador comprova o que digo.  A minha experiência ao seu lado me dá a certeza do que afirmo.

Não tenho qualquer objetivo político que me induz a escrever essas linhas, a não ser a manutenção do meu compromisso que me fez seguir a vida política. Não tenho ambições pessoais, os que me conhecem, sabem. Mas não gostaria de festejar meus 40 anos de atividade no caminho que trilhei, com a derrota de ver o meu país nas mãos de pessoas que não podem mais, não merecem mais, o meu respeito, muito menos a minha confiança.

Penso falar pelos interesses do meu povo. Estou convicto, repito, pelo que vi, que vivi e que senti, que a única opção que temos é eleger Serra presidente e terminar esse ciclo petista e lulista que tanto me decepcionou.

Ainda é tempo. As pesquisas que temos, dão uma diferença bem menor do que mostram as publicadas. Assim também foi no primeiro turno. É possível vencer. Depende de nossa ação nesses últimos dias.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Vale a pena ler.........

 

Você certamente se lembra daquela famosa música do Chico Buarque, O Meu Guri, não é? A letra diz assim:


“Quando, seu moço / Nasceu meu rebento / Não era o momento/ Dele rebentar /Já foi nascendo / Com cara de fome /E eu não tinha nem nome / Prá lhe dar / Como fui levando / Não sei lhe explicar / Fui assim levando / Ele a me levar / E na sua meninice /Ele um dia me disse /Que chegava lá / Olha aí! Olha aí! /Olha aí! / Ai o meu guri, olha aí! / Olha aí! / É o meu guri e ele chega!”


A música foi composta por Chico em 1981 e conta pelos olhos de uma mãe - pobre e favelada - a história do filho ladrão. O olhar da mãe é incapaz de ver o marginal, só vê o filho amoroso. Chega a ser comovente a ingenuidade dela diante do produto dos roubos do filho:


“Chega suado/ E veloz do batente / Traz sempre um presente / Prá me encabular / Tanta corrente de ouro / Seu moço! / Que haja pescoço
Prá enfiar / Me trouxe uma bolsa / Já com tudo dentro / Chave, caderneta / Terço e patuá / Um lenço e uma penca / De documentos / Prá finalmente
Eu me identificar”


Na teoria cognitiva, “perspectiva” é a escolha de uma referência a partir da qual decodificamos uma experiência. Chico escolheu a perspectiva da mãe para analisar a situação e nos deu uma música emocionante e com uma crueza que chega a doer.
Bem, na reta final das eleições presidenciais de 2010 parece que perdemos completamente a noção de perspectiva. Discutimos temas importantes como o aborto pela perspectiva de quem consegue mais voto dos cristãos, sem dar bola para a questão do direito ao corpo x direito à vida. Discutimos a liberdade de imprensa pela perspectiva de quem quer se proteger dela, sem dar bola para as garantias constitucionais de expressão. Discutimos a privatização pela perspectiva ideológica, sem dar bola para os resultados obtidos.
E o dia 21 de outubro de 2010 ficará marcado como o dia em que chegamos ao fundo o poço, quando o candidato a presidente José Serra foi agredido no Rio de Janeiro. Não importa como foi a agressão, se com palavrões, bandeiradas, empurrões, bolinhas de papel, bexigas com água ou rolo de fita adesiva, o candidato foi agredido. Teve tolhida sua liberdade de caminhar pelas ruas. Essa é a perspectiva, que não muda, mesmo se a vítima da agressão for Dilma Roussef, Jô Soares, Tiririca ou você.
E à noite vi, estarrecido, Luis Inácio Lula da Silva abandonar a perspectiva de Presidente da República para assumir a de militante partidário e fazer troça de Serra. Nenhuma, repito melhorando o termo: NEM UMA palavra de censura à agressão saiu da boca do militante Lula. Apenas troça.
Consigo compreender a mãe da música do Chico. Cega de amor, como toda mãe, ela é incapaz de assumir qualquer outra perspectiva para decodificar a realidade. Mas e o Lula? Estava cego de amor? E os militantes que se dispuseram a agredir o candidato? E a imprensa que fez troça da “bolinha de papel”? E as centenas de imbecis no twitter, no facebook, nos blogs e emails, ridicularizando a vítima da agressão? Essa gente está brincando com fogo. Não percebe que, ao desviar a discussão para o acessório, está incentivando a violência. Do palavrão para a cusparada. Da cusparada para a bolinha de papel. Da bolinha de papel para o rolo de fita adesiva. Do rolo de fita para a pedra. Da pedra para a faca. Da faca para a bala. É assim que funciona, quando não damos um basta à primeira manifestação de intolerância.
A única perspectiva possível para decodificar o que aconteceu ontem é a das garantias do indivíduo, da liberdade de expressão, da liberdade de ir e vir, das garantias constitucionais. E a conclusão só pode ser uma: indignação!
Mas a burrice nacional só consegue discutir a bolinha de papel.

Luciano Pires

 

Recebi por emai e estou realemente repassando porque não importa o lado em que estamos, pois temos de ficar atentos para que não percamos as nossas  perspectivas frente a intolerãncia e a cegueira perante ela.

Realmente recebo diariamente muito “lixo” e não é de um só lado não: são de ambos os lados e, provalvelmente, nem é gerado pelos responsáveis pelas campanhas mas, infelizmente, falam em nome delas. De todo o lixo que eu recebi eu não repassei nenhum mas esta reflexão eu o faço aqui por quê como o proprio texto diz que não importa quem seja a vitima de uma agressão, se eu, voce, José Serra ou a Dilma Roussef. O que importa realmente é que houve uma agressão e que ela não foi nem contida e nem tolhida mas incentivada por quem tinha obrigação de dar um bom exemplo….

Cassio

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Estudo avalia impacto das emissões de gases no preparo do solo em culturas de cana-de-açúcar

 

Por Danielle Jordan / Ambientebrasil

 

  18 / 10 / 2010 EXCLUSIVO:

Um estudo desenvolvido na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Esalq, avaliou o impacto ambiental a partir do preparo do solo para o plantio de cana-de-açúcar.

A cultura continua em crescimento no Brasil para a fabricação do etanol, sendo que o país é o maior exportador do produto.

Segundo a agroecóloga formada pela Universidad de la Amazônia (Colombia), Adriana Silva-Olaya, hoje metade da área total de cana é colhida mecanicamente, o que evita emissões a partir da queima da biomassa vegetal e favorece o incremento no estoque de carbono do solo.

As informações fazem parte do estudo “Emissões de dióxido de carbono após diferentes sistemas de preparo do solo na cultura da cana-de-açúcar”, que fez parte da dissertação de mestrado de Adriana, pelo programa de pós-graduação em Solos e Nutrição de Plantas e revela que o cultivo do solo com tecnologia de aração e outros procedimentos permite maior mineralização do carbono orgânico no solo e incrementa as emissões de CO2.

“Diante dessa situação, esse estudo se propôs quantificar as emissões de CO2 derivadas de três sistemas de preparo do solo utilizados durante a reforma dos canaviais no estado de São Paulo, assim como avaliar a influência da palha nesses processos de emissão”, explicou a pesquisadora.

Para o monitoramento das emissões foi utilizada uma câmera que coleta e analisa o fluxo de CO2, com análises no dia anterior ao preparo do solo e após a passagem dos implementos.

As conclusões apontaram que o preparo convencional apresentou emissão acumulada entre 34% e 39% acima do valor encontrado no preparo semireduzido e preparo mínimo.

“A seleção de práticas de manejo sustentáveis que permitam aumentar o sequestro de carbono, melhorar a qualidade do solo e ajudar a minimizar a emissão de CO2 dos solos agrícolas, contribui para a redução do valor da pegada de carbono do etanol (footprint), aumentando consequentemente o benefício ambiental da substituição do combustível fóssil com este biocombustível”, concluiu a pesquisadora.
*Com informações da Esalq.

Esta entrada foi escrita emExclusivas e tags agropecuário, mudanças climáticas

Extraido do Site Ambiente Brasil em 25/10/2010.

Apoio do BNDES a frigoríficos ajudou desmate, diz TCU

25 / 10 / 2010

Por clipping

Auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) atribuiu a uma “falha” da Casa Civil o choque entre duas políticas públicas do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nos dois últimos anos, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) investiu bilhões em frigoríficos, contribuindo para o avanço da pecuária na Amazônia, na contramão da política de combate ao desmatamento.

Entre 2008 e 2010, o BNDES investiu cerca de R$ 10 bilhões em grandes frigoríficos, como JBS, Bertin (que se fundiram) e Marfrig. A compra de participação acionária dessas empresas pelo banco pretendia consolidar a posição do País como principal exportador mundial de proteína animal. O “complexo carnes” deveria se tornar o principal setor exportador do agronegócio brasileiro, segundo a Política de Desenvolvimento Produtivo do Ministério do Desenvolvimento. Na época, o governo já reconhecia a pecuária como o maior motivo do abate da Floresta Amazônica.

Faltou coordenação no governo para evitar trombadas entre as duas políticas, aponta o TCU. “Foram identificadas falhas na articulação e coordenação, a cargo da Casa Civil”, entre os diferentes programas de governo. A Casa Civil era comandada à época por Dilma Rousseff, que não é citada pelo TCU. A ministra era, formalmente, a coordenadora de todos os programas do governo espalhados pelos ministérios. O próprio presidente da República, tão logo começou a campanha eleitoral, a apresentou ao eleitorado como a segunda pessoa mais importante na estrutura de governança do País.

Questionada sobre a conclusão dos auditores, a Casa Civil argumentou que contribuiu para a redução do desmatamento na Amazônia. A taxa anual anunciada no fim de 2009 foi a mais baixa em 20 anos: 7,4 mil quilômetros quadrados. “Isso não significa que estamos satisfeitos. Precisamos continuar melhorando e sempre há espaço para isso”, disse a Casa Civil.

Na época do grande investimento em frigoríficos, relatórios oficiais mostravam que a pecuária dominava 80% das áreas desmatadas. Em 2006, a Amazônia concentrava a terça parte do rebanho nacional. Em 2007, o ritmo das motosserras voltara a crescer. Com recursos do BNDES, os frigoríficos reforçaram o avanço da pecuária na Amazônia: todos têm estabelecimentos industriais na região. “Como consequência, verificou-se que frigoríficos beneficiados pelo BNDES adquiriram gado de fazendas envolvidas com desmate ilegal e trabalho escravo”, relata auditoria aprovada pelo TCU. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
(Fonte: G1/Agencia Estado)

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Extraido do  Site Ambiente Brasil em 25/10/2010

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Morte Lenta


Morre lentamente quem não troca de idéias, não troca de discurso, evita as próprias contradições.
Morre lentamente quem vira escravo do hábito, repetindo todos os dias o mesmo trajeto e as mesmas compras no supermercado. Quem não troca de marca, não arrisca vestir uma cor nova, não dá papo para quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da TV o seu guru e seu parceiro diário. Como podem 14 polegadas ocupar tanto espaço em uma vida?
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o "preto no branco" e os "pingos nos is" a um turbilhão de emoções indomáveis, justamente as que resgatam brilho nos olhos, sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho, quem não se permite, uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve musica, quem não acha graça de si mesmo.
Morre lentamente quem destrói seu amor próprio, quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da chuva incessante, desistindo de um projeto antes de iniciá-lo, não perguntando sobre um assunto que desconhece e não respondendo quando lhe indagam o que sabe.
Evitemos a morte em suaves prestações, lembrando sempre que estar vivo exige um esforço bem maior do que simplesmente respirar!!!