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quinta-feira, 27 de maio de 2010

Hoje no Blogg do Mercio Pereira Gomes

quinta-feira, 27 de maio de 2010


A vitória e o descanso dos guerreiros

Fim de noite de um dia excepcional na história do indigenismo brasileiro. Madrugada do dia 27 de maio de 2010. O Marechal Rondon está em paz consigo mesmo. Os índios estão no caminho que ele pensou há 100 anos que um dia iria acontecer.
Pela segunda vez em menos de cinco meses, um movimento indígena espontâneo, formado por lideranças de raiz, sem contribuição alguma de ONGs nem de Igreja, nem mesmo de associações de antropólogos ou de indigenistas, muito menos de associações indígenas, decide por si mesmo tomar em suas mãos as rédeas de seu destino.
Em janeiro deste ano a FUNAI sofreu um grande abalo ao ser tomada por cerca de 450 índios, a maioria do Nordeste, numa insurgência motivada pela publicação de um famigerado decreto que pretendia reestruturar a FUNAI extinguindo todos os postos indígenas e 24 administrações regionais, em nome de uma desvirtuada racionalização do serviço público. Esse movimento, infelizmente, não resistiu aos cantos de sereia da atual direção da FUNAI e sucumbiu. Sumiu, foi embora, com pouco mais de uma semana de atuação política. Restou um certo ranço de tibieza.
Desta vez o que temos é um novo momento indígena, com caráter revolucionário, pela resistência e persistência diante das dificuldades e pela lucidez e determinação com que está exercendo sua ação política.
Revolucionário, sim, e ai daqueles que duvidarem, como estão duvidando as autoridades do Governo Lula, que agora não sabem o quê fazer diante da avalanche de ação indígena e para se redimir de suas ações equivocadas e suas atitudes depreciativas do valor indígena.
O Movimento Indígena Revolucionário foi estabelecido depois que o primeiro movimento indígena foi vencido pelo estratagema pernicioso de enganações e procrastinações criado e fomentado em várias regiões do Brasil pela atual direção da FUNAI, e que contou, infelizmente, com a colaboração de alguns índios e de alguns ex-aliados de índios que hoje estão no Governo. Algumas lideranças, especialmente Kaingang e Pankararu, depois Kraô-Canela e Korubo, não aceitaram o recuo do movimento, a volta de mãos vazias às suas terras, sem nenhum avanço. Como dizer às suas mulheres, ao seus povos, às suas comunidades que estavam voltando à estaca zero, que não iriam ter mais suas administrações e que seriam assistidos por umas tais de coordenações técnicas locais? Não, não iriam deixar isso acontecer.
Daí sua decisão de ficar, de estabelecer um ponto de encontro, um Acampamento, que passou a ser chamado de Acampamento Indígena Revolucionário. Hoje chama-se Movimento Indígena Revolucionário.
Entre os grandes líderes desse Acampamento Revolucionário, faz-se mister destacar a figura de Carlos Pankararu, de sua esposa Lúcia Munduruku, do índio conhecido como Korubo, que, juntos, como um trio, fincaram pé, acreditaram em si mesmos, na resistência indígena, na vontade de mudar a FUNAI. Acolheram os Kaingang que iam e vinham, os Kraô-Kanela que apareceram pedindo a volta da Administração Regional do Gurupi, uma das extintas, e que não mais arredaram pé, um ou outro Terena, Xavante, Fulniô, Xukuru. Aos poucos de uns 10 ou 15 gatos pingados -- os quais visitei há dois meses numa tarde solitária de um domingo -- foram surgindo mais índios para se solidarizar com esses, o Guajajara João Madrugada, o Xukuru Antoê, o Kayapó Kubei e tantos outros mais. Todos unidos, todos irmanados pela luta comum.
São 500, 600 índios presentes em Brasília fazendo parte do Movimento Indígena Revolucionário. Mais serão em breve. É preciso que mais lideranças apareçam em Brasília para ajudar no Movimento, para contribuir, para participar.
E que os indigenistas sigam o exemplo despojado de Wagner Tramm, a quem rendo minhas homenagens pelo seu senso de história e de despreendimento.
E que as associações indígenas ponham a mão na consciência e se curvem à força desse movimento autônomo, lúcido, intrépido, determinado.
Muita coisa boa surgirá desse movimento histórico. E muita confusão também. É preciso lucidez, determinação e humildade. Como num jogo de copa do mundo. Que se desarmem as vaidades, as desconfianças, as palavras demagógicas.
O jogo deve ser limpo, com fé e determinação. Por isso é preciso que venham mais índios.
É preciso que o presidente Lula ponha a mão na consciência e reveja o decreto que ele inadvertidamente assinou no dia 28 de dezembro de 2009. Sem essa revogação, não haverá paz. E sem sua decisão de mudar a FUNAI conforme a vontade indígena, sua imagem perante os índios ficará manchada para sempre, como um líder desalmado e infiel às suas origens.
É preciso que a Casa Civil e o Ministério da Justiça se dêem conta de que não podem carregar um peso morto, incapaz de operar a FUNAI e de promover a paz entre o Movimento Indígena Revolucionário e o poder público.

Enganação não funciona mais. É preciso lucidez e humildade.

Os índios deram um passo fabuloso para seu futuro.

Projeto Valorização da Cultura Indígena parte 3.wmv

Projeto Valorização da Cultura Indígena 2006 part 2.wmv

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Instituto Socioambiental da Noroeste Paulista ISANOP: Deu hoje no Blogg do Mércio Pereira Gomes

Instituto Socioambiental da Noroeste Paulista ISANOP: Deu hoje no Blogg do Mércio Pereira Gomes

Deu hoje no Blogg do Mércio Pereira Gomes

quarta-feira, 26 de maio de 2010



Movimento Indígena Revolucionário -- MIR -- toma a FUNAI pacificamente!

Hoje cedo à tarde, o Movimento Indígena Revolucionário -- MIR -- tomou pacificamente a FUNAI, após se apresentar em frente ao órgão (já sem os cabeças da atual direção), conversar com os guardas da Guarda Nacional, adentraram a sede do órgão, confraternizaram com os indigenistas que ficaram no prédio e estão iniciando a grande revolução indígena de refazer o órgão indigenista e criar uma nova política indígena, com total participação das grande lideranças indígenas brasileiras.
O MIR tomou a FUNAI na paz. Nem um tiro foi deflagrado, nem uma bordunada foi empunhada contra os adversários.
Estão presentes na sede cerca de 500 índios, entre sábios, pajés, guerreiros, mulheres e até crianças!
É, até crianças, porque quando os índios se metem a fazer alguma coisa carregam os filhos também!
O belo auditório da FUNAI está tomado com líderes que começam a discutir sobre o que fazer. Muitos já se apresentam para discursar, para dar sugestões, para iniciar o processo de gestão da FUNAI.
A batalha da tomada da FUNAI foi pacífica e relativamente fácil. Quer dizer, para tanto precisou da persistência incontornável, invencível dos líderes e da militância dos índios Pankararu, Kraô-Canela, Xukuru, Korubo, Guajajara, Gaviões, Terena, Xavante, Kayapó e muitos outros.
A batalha pela renovação da FUNAI é que vai ser árdua, difícil e por caminhos ásperos.
Mas os índios querem tomar as rédeas de suas vidas e de seus destinos.
Que se fortaleçam, que obtenham a força interna de suas culturas, que consigam apoios de todos os quadrantes políticos, que sejam reconhecidos pela Nação brasileira como os verdadeiros representantes dos povos indígenas. Que o Presidente Lula os reconheça e abra um diálogo com eles! O Presidente Lula não pode mais ignorá-los e fingir que a questão indígena não é com ele!
Não me parece que há mais retorno para o que estava acontecendo antes.



A FUNAI VAI MUDAR E QUE OS POVOS INDÍGENAS A COMANDEM DAQUI PARA FRENTE!

Valorização da Cultura Indígena 2006 part 1.wmv

Instituto Socioambiental da Noroeste Paulista ISANOP: Deu no Blogg do Mércio Pereira Gomes

Instituto Socioambiental da Noroeste Paulista ISANOP: Deu no Blogg do Mércio Pereira Gomes

Discurso Che

terça-feira, 25 de maio de 2010

Deu no Blogg do Mércio Pereira Gomes

terça-feira, 25 de maio de 2010


Índios Xinguanos protestam contra Funai e se aliam ao AIR

Índios do Xingu manifestam repúdio ao que está acontecendo com a Funai e apoiam a luta pela revogação do decreto de reestruturação e a saída da direção atual da Funai.
Segundo suas principais lideranças, eles estão se preparando para a reunião que farão em Cuiabá com o propósito de tirar uma posição política de todos os povos indígenas do Mato Grosso, e daí partir para Brasília para se unir aos índios do Acampamento Indígena Revolucionário.
Aliás, esse Acampamento está virando Movimento Indígena Revolucionário!!
Desse jeito, a aliança de todos os povos indígenas se consolida cada vez mais.
Mais de 400 índios se encontram acampados em Brasília, movimentando-se estrategicamente pelo Congresso Nacional, com apoio de alguns deputados de vários partidos. O batalhão de Kayapó do Mato Grosso está para chegar. O pelotão do Pará já está aí. Eita!
Agora, cuidado! É preciso não deixar que a audiência pública de amanhã, quarta-feira, no Plenário 3, sacramente o PL dos deputados Aldo Rabelo e Ibsen Pinheiro, pelo perigo que existe de passar o processo de demarcação para a Câmara ou o Congresso Nacional. Assim, não sobrará nada mais para demarcar!

Manifesto das principais Lideranças Indígenas

Estimados Parentes do Nosso Querido Brasil,

Temos acompanhado passo a passo as várias manifestações que estão sendo realizadas em todos os cantos do Brasil e igualmente temos percebido que algumas pessoas, inclusive os índios de organizações indígenas, não tem se pronunciado a respeito da terrível situação que vive o nosso órgão Fundação Nacional do Índio- FUNAI.
A FUNAI se tornou um órgão violento e opressor na gestão do Márcio Meira e equipe, o que temos presenciado é a total falta de atenção e respeito às comunidades indígenas do nosso país. Muitos problemas têm acontecido e vão acontecer cada vez mais se o Decreto 7.056 de 28 de dezembro de 2009 não for revogado totalmente. Precisamos da união de todos os Povos Indígenas do Brasil para que esse decreto que o lula assinou seja de uma vez por todas EXTINTO!
Queremos aqui também colocar que concordamos com todos os termos da carta Kaiapó do Sul do Pará. Não enxergamos na CNPI e na COIAB ( Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia brasileira ) qualquer elemento de representatividade, quem representa nós, somos nós mesmos e ponto final. Desde já comunicamos que:

A) Descredenciamos a COIAB de falar pelos índios do Parque Indígena do Xingu e da mesma forma descredenciamos a Comissão Nacional de Política Indigenista (CNPI) de falar por nós indígenas do Parque do Xingu. As bases da COIAB que ainda apoiarem essa organização vendida pensam da mesma forma que eles (COIAB) e pensam igual ao mentiroso e canalha Márcio Meira e equipe;

B) Qualquer entidade ou Povo Indígena que pensem igual a nós (Lideranças do Parque Indígena do Xingu) e que tenha algum sentimento de filiação na COIAB, pedimos encarecidamente que se DESFILIEM dessa organização indígena que têm deixado muito a desejar na defesa dos Direitos dos Povos Indígenas do Brasil;

C) Os Parentes do Parque Indígena do Xingu imploram, mas também exigem, a exoneração imediata do Marcio Meira e equipe;

D) Os Parentes do Parque Indígena do Xingu exigem a revogação integral do Decreto 7.056 de 28 de dezembro de 2009 e que seja colocado um indígena na presidência da FUNAI, eleito pelos verdadeiros líderes e Caciques das Comunidades Indígenas brasileiras;

E) O nosso integral apoio aos 300 indígenas acampados na frente do Ministério da Justiça que estão batalhando com dificuldades pelos nossos direitos e que nesse momento estão sendo agredidos fisicamente e psicologicamente;

Aqueles que se sentirem ofendidos com a nossa manifestação, que venham dizer isso na nossa cara e diremos algumas merecidas verdades!

Assinam as lideranças do Parque Indígena do Xingu!

Instituto Socioambiental da Noroeste Paulista ISANOP: Configurando o meu Blog

Instituto Socioambiental da Noroeste Paulista ISANOP: Configurando o meu Blog

A questão da Barragem de Belo Monte: desenvolvimento mesmo?

Comunicado Especial das lideranças Indígenas:



Nós lideranças e guerreiros estamos aqui em nosso movimento, e vamos continuar com a paralisação da balsa que faz a travessia do Rio Xingu. Enquanto o Sr. Luiz Inácio Lula da Silva insistir na construção da barragem de Belo Monte, nós vamos continuar aqui. Ficamos com muita raiva ao ouvir Lula falar que vai construir Belo Monte de qualquer jeito, nem que seja pela força!!! E agora, nós indígenas e o povo que votamos em Lula estamos sabendo quem é realmente essa pessoa. Nós não somos bandidos e não somos traficantes, para sermos tratados assim. O que queremos é a não construção da barragem de Belo Monte. Aqui não temos armas para enfrentar a força do exercito que sempre covardemente usam até metralhadoras. Se Lula fizer isso novamente, é porque ele quer acabar com nós mesmo, como vem demonstrando, mas o mundo inteiro saberá que nós indígenas podemos até morrer, mas lutando pelo que nos é de direito. Tudo aqui já era nosso e não queremos o Brasil de volta, queremos somente este pouco que nos restou, pois não podemos nos mudar para a lua, ou outro planeta. Estamos diante de um Governo que a cada dia que passa se demonstra estar contra nós indígenas. Lula tem demonstrado ser o inimigo número um dos indios e Marcio Meira, atual Presidente da Funai, tem demonstrado a ser segunda pessoa no Brasil contra os indios, pois, a Funai não tem tratado mais dos assuntos indigenas, não tem atendido ás demarcações nem a fiscalização de nossas poucas terras indígenas. Os nossos líderes indigenas são impedidos de entrar dentro do prédio da nossa própria Fundação Nacional do Indio- FUNAI em Brasília pela própria força nacional. O que esta acontecendo com nós indígenas é um grande abandono, pois, nós que somos os primeiros habitantes deste pais, estamos sendo esquecidos pelo Governo de Lula que quer a nossa destruição,e é esta a única conclusão que chegamos.



Lider indigena Megaron Txukarramãe



Aldeia Piaraçu, 26 de abril de 2010



Carta para imprensa

domingo, 23 de maio de 2010

Fonte de Vida


TERRA TERENA: Fonte de Vida!
Enviado por: "M. Marcos Terena" marcosterena@uol.com.br
Dom, 23 de Mai de 2010 4:13 am

A Nação Terena sempre respeitou os códigos da natureza e
o grande espírito da Terra, o Ituko-Óviti. São
tradições, culturas e princípios que aprendemos com a
força da oralidade e a capacidade e visão estratégica
de nossas mulheres que com sabedoria, pacientemente e
corajosamente nos ensinaram a força desses valores.
A Terra tradicional que é parte da nossa vida, nunca foi
considerada como moeda de troca mas como fonte de vida e do bem
viver.
Por isso nos anos de 1800, cansado de ver soldados brasileiros
vindos dos centros urbanos que nada conheciam daquele
ecossistema, a solidariedade Terena mais uma vez se manifestou
ensinando, adestrando e mostrando a fonte de vida que é o
Pantanal. Assim o exército brasileiro e o governo
brasileiro receberam uma força de luta baseada em
conhecimentos tradicionais indígenas, como estimulo para
avançar sobre os paraguaios, ao aprender como caminhar entre
as trilhas dessa região de dificil acesso e assim, "ganhar"
uma guerra miserável e inconsequentemente que feriu
principalmente a própria Mãe Terra e empobreceu até
hoje toda essa regiao do ponto de vista espiritual, exceto onde
há comunidades indígenas.
Os Terena em nome da paz e da organização politica e
territorial de um novo tempo e diante de novas promessas, de
repente junto com o Pantanal, passaram a ser parte do territorio
brasileiro onde antes, tudo era regiao indigena.
Com essa nova situação, acreditaram que assim, poderiam
reconstruir a autonomia em que feliz viviam social, ecologica,
economica e politicamente, mas agora junto com aqueles que
chegavam em nome do desenv olvimento como os colonizadores
politicos, religiosos e militares.
E então, tiveram que aceitar uma acomodação chamada
"reserva indigena" de novo, em nome do bem estar, que eram terras
diminutas e controladas pelo Estado Brasileiro em nome da
proteção e do humanismo, para cuja missão foram
delegados homens brancos especialistas em índios, geralmente
paternalistas ou opressores.
Com isso chegaram os fazendeiros que nada sabiam e que tiveram
que aprender com os cavaleiros Terena a construir aquilo que hoje
se chama: carne verde.
Por isso, a agressão sofrida pelos irmãos da reserva de
Bokóti em Miranda que requeriam apenas a obediencia da lei
moral e historica de reconhecer o direito básico a terra
diante da existencia de familias distintas e valorosas, foi
considerada uma traição do homem branco e principalmente das
autoridades judiciarias, politicas que no uso de uma força
militar, feriram os principais e originários guardioes do
principal valor do pantanal para a modernidade: água e
água como fonte de vida.
A guerra estampada na face e no olhar de ódio daquelas
pessoas, jamais amedrontaram gente acostumada a domar cavalos e
bois bravos e a caçar onça em suas terras originais e a
lei, que vagueia entre um balcao e outro, encontrará a
verdade no olhar da familia Terena, como ja ocorre com diversos
sulmatogrossenses e pantaneiros, vizinhos, compadres, irmãos
de Igreja que se alimentam da mesma fonte: da terra indigena de
ontem e de hoje que o homem branco invasor insiste em tomar a luz
de um novo tempo onde o índio exige respeito pela
história como sementes do novo amanhã de paz, de respeito
mútuo e de cumprimento dos acordos para o bem comum.


M. MARCOS TERENA
Cátedra Indigena - CII - Miembro
http://twitter.com/MarcosTerena
http://marcosterena.blogspot.com
www.intertribal.org.br

sexta-feira, 21 de maio de 2010