Índios, Reforma Agrária, Meio Ambiente e Sociedade...

Sejam sempre benvindos



E, se quiserem, deixem seus comentários...é só clicar!















domingo, 11 de dezembro de 2011

Um bom trabalho de fazer inveja a muitos municipios: Parabéns a todos os envolvidos e, em especial, a população de Reginópolis que colaborou intensamente com a produção…

RELEASE – LANÇAMENTO DO LIVRO “REGINÓPOLIS – SUA HISTÓRIA”
Um sonho acalentado durante toda uma vida e a sua concretização nesse momento é a melhor definição para o lançamento do livro “Reginópolis – Sua História”, a ocorrer em 09/12, sexta, em Reginópolis e em 13/12, terça, em Bauru. A realização pessoal é o do reginopolense Fausto Bergocce, 59 anos, seis outros livros publicados, tendo saído de sua cidade natal aos 12 anos, porém dela nunca tendo se afastado definitivamente. “Volto umas cinco, seis vezes ao ano, para me recarregar, rever pessoas, andar a pé e matar saudades”, frisa Fausto. O sonho, nesse caso não poderia ser realizado sozinho e para isso buscou apoio no amigo bauruense Henrique Perazzi de Aquino, 51 anos, professor, jornalista e blogueiro. Há cerca de um ano e meio atrás a idéia foi lançada, estiveram juntos em Reginópolis e iniciaram uma verdadeira saga para concretização do intento. “Fausto sempre manteve tudo muito bem planejado, queria produzir um verdadeiro livro de arte, desenhando sua cidade na maior abrangência possível de detalhes. Ele já vinha fazendo isso, tirando fotos de lugares e pessoas, fez uma exposição com 50 caricaturas de pessoas e na seqüência fui convidado a produzir a parte escrita do livro. Aceitei de pronto, sem medir nenhuma das dificuldades que teríamos pela frente”, conta Henrique.
Fausto em Guarulhos, Henrique em Bauru, idéias na cabeça, mas sem a sustentação para viabilizar o projeto. Havia necessidade de buscar um patrocinador e quando o certeiro convite foi feito a Washington Cinel, proprietário da Gocil Segurança, talvez hoje o maior empresário oriundo de Reginópolis, a idéia foi prontamente aceita. Aquilo que estava até então no campo do irreal tornou-se realidade. No final de 2010, as viagens dos dois até Reginópolis passaram a se intensificar. Henrique foi devidamente apresentado à cidade, às pessoas e sua história. Fausto traçou um minucioso plano de trabalho e o projeto começou a ser tocado em duas frentes. O livro foi dividido em duas partes, na primeira uma apresentação da cidade hoje, com seu perfil atual e a sua representação em forma de aquarela. Fausto desenhou muito e ao final mais de 300 aquarelas estavam prontas e Henrique começou um intenso trabalho de memória oral, pois historicamente muito pouca coisa estava reunida em textos disponíveis. Trabalho de garimpo de ambos os lados e isso durou praticamente esse ano todo.
Quase nenhum detalhe da cidade escapou ao olhar atento de ambos, cada cantinho, cada família tem sua devida citação em algum momento das 120 páginas do livro, montado em formato A4, papel couchê, com ilustrações, fotos e em todas elas, um apurado e vistoso trabalho. “O município foi esmiuçado de fato e de direito, cada cantinho vasculhado e reproduzido. Desde sua vida atual, a histórica, com os primórdios, detalhes ainda duvidosos, como o nome do fundador, que todos, inclusive na placa de uma rua era citado como padre Geremias José Nogueira e descobrimos na Cúria Metropolitana de São Paulo ser o correto com “J”. As histórias do Pocinho, uma estância de água com propriedades medicinais, uma luminosidade a atrair exploradores estrangeiros nos anos 30, uma seita religiosa sendo dizimada nos anos 20, a chegada do branco e o encurralamento do índio, os primeiros passos do Distrito, antes Batalha até conquistar sua denominação atual. Sua vida social, política e principalmente a das pessoas. E depois a vida da cidade, o lazer com o futebol, as histórias todas”, relata Henrique.
Tudo estava devidamente guardado na memória do Fausto e foi sendo despejado, pouco a pouco, como uma espécie de retribuição por ter ali nascido, conquistado os primeiros amigos, reafirmado sua condição de artista, pois foi nas calçadas de Reginópolis onde fez seus primeiros desenhos, com cacos de telha, tijolos e giz. “Sua história é muito rica, cheia de disputas, entreveros, aproximações e tudo me toca muito fundo. Imagina eu rever as passagens do meu avô, maestro de uma banda no início do século passado e disputando com outro agrupamento musical a primazia de quem tocava melhor. Imagine dois pintores na beira do rio Batalha e retratando as paisagens existentes, são eles o Montanher e o Baccan, maiores pintores desse rio e das redondezas. As lembranças no alambrado do Estádio Spuri vendo um goleiro, Raduan, atuar por mais de uma década no gol do time da cidade. Uma cidade tão pequena, mas que já teve dois cinemas e tantos padres, todos a movimentarem a população, sempre buscando melhorias. Até hoje a Ave Maria é irradiada pontualmente às 18h e há 35 anos pela mesma pessoa. Eu me encanto com tudo, com uma varredora de rua e sua história, com o gato da pousada, com o vendedor de verduras, o violeiro no bar e o carro de alto-falante. Tudo foi repassado para o livro”, conta Fausto.
Ambos não se cansam de falar do livro, ficariam horas a fazê-lo, pois se a vida de Fausto está ali retratada, a do Henrique, esteve entrelaçada com a dessa cidade nesses últimos tempos. Para entender um pouco desse exagero na reprodução de todos os detalhes, os vitrais da igreja, as fotos da biblioteca, todas as placas existentes, as marcas municipais, imprensa, poderes Legislativo e Executivo e quando não mais existia a possibilidade de incluir algo, criaram algo para reverenciar cada família, desde a mais abastada até a mais simples, a seção “Os Encantados”. Nela deram vazão a uma frase de Guimarães Rosa a apregoar que “as pessoas não morrem, ficam encantadas” e dessa foram 65 pessoas tiveram um pequeno resumo de suas vidas e ações revividas. Henrique juntou tudo num caderno, lotou uma caixa com escritos e documentos e por fim conclui: “Não deu para contar tudo e temos a certeza que com esse livro, muitos outros virão. Esperamos despertar nas pessoas o interesse pela pesquisa e o melhor detalhamento nas muitas histórias aqui esboçadas”. E realçam a participação de mais pessoas, como a do fotógrafo Zanello (Luiz Gomes da Silva), que esteve por dois dias na cidade, fotografando as placas, vitrais e reprodução das fotos históricas e dos muitos munícipes que se dispuseram a contar e recontar as histórias conhecidas, vividas e as que ouviram dizer. A cidade toda participou ativamente, cada um dando um depoimento, expondo um documento e acompanhando cada detalhe. Aquilo que lá atrás não passava de um mero sonho passou a ser uma inebriante viagem, onde o passado e o presente foram devidamente relatados. Hoje se pode dizer que Reginópolis possui, de fato e de direito, na tentativa dos seus dois autores, revirando-a ao avesso e entregando com o maior número de detalhes possíveis um documento que diz muito, não só de uma, mas da formação e formatação de uma típica cidade interiorana paulista.

 

 

Serviço:

Lançamento livro: “Reginópolis – Sua História”, autoria de Fausto Bergocce e Henrique Perazzi de Aquino
Abertura Exposição com 250 aquarelas originais de Fausto: Biblioteca Pública Municipal de Reginópolis, 09/12, 16h.
Lançamento do Livro em Reginópolis: Clube Ypê, 19h, 09/12 sexta, com presença autoridades municipais, convidados e patrocinador.
Lançamento do Livro em Bauru: Templo Bar, 19h30, 13/12 terça.
Mais dos autores: Fausto Bergocce (www.faustocartoon.com.br ) e Henrique Perazzi de Aquino (www.mafuadohpa.blogspot.com ).

Convites: Ao lado a reprodução do lançamento em Reginópolis e o de Bauru, respectivamente dias 09 12 e  13/12

(A ilustração da capa e do convite remetem à chegada na cidade e essa a primeira impressão de quem chega.)

Exclusivo no blog um vídeo de algo muito comum nas ruas de Reginópolis, atividades rotineiras de uma cidade pequena, muitas delas sendo realizadas em plena calçada. Havendo interesse pela divulgação das fotos, podem retirá-las do blog, com autorização previamente concedida.